Saiba como distinguir os alimentos completos dos complementares e utilizá-los na alimentação do seu animal de estimação.

Alimentos completos e complementares: guia de alimentação para o seu animal de estimação

10 de setembro de 2020

No mercado da alimentação para animais de estimação existe uma ampla variedade de alimentos para cães e gatos, concebidos para cobrir as diferentes necessidades ou estados fisiológicos dos nossos animais. Estes alimentos podem ser classificados como alimentos completos e alimentos complementares, mas qual é o significado de cada um deles?

Diferenças entre alimentos completos ou complementares para animais de estimação

  • Alimento completo: é uma ração composta que, devido à sua composição, é suficiente para uma porção diária. Isto quer dizer que pode ser dado como alimento único sem necessidade de outro tipo de alimentos. Ao utilizar este tipo de alimento todas as necessidades nutricionais do seu animal de estimação estão asseguradas. Normalmente, os alimentos secos, semi-húmidos ou húmidos são usados na alimentação diária dos nossos patudos.
  • Alimento complementar: ração composta com um elevado teor de determinadas substâncias, mas que, devido à sua composição, não é suficiente para uma porção diária a não ser que se utilize combinado com outra ração. Assim sendo, este tipo de alimentos não pode ser usado como uma dieta única. Habitualmente, são utilizados como "prémios", "guloseimas" ou "snacks" que damos aos nossos animais de estimação de forma esporádica para premiar o seu comportamento ou demonstrar o quanto gostamos deles.

Porque é importante seguir a guia de alimentação das embalagens?

Nas embalagens de alimentos para animais de estimação pode encontrar uma tabela, na qual estão indicadas as quantidades diárias recomendadas a dar aos nossos animais de estimação. Esta é uma informação muito importante para a realização de uma alimentação adequada.

Guia de alimentação das embalagens.

As necessidades nutricionais dos animais de estimação variam em função do alimento utilizado e das características individuais do animal como o peso, a raça, a idade, a atividade, o estado fisiológico, etc. Por isso, não se deve dar a mesma quantidade do mesmo alimento a dois animais diferentes, nem utilizar a mesma quantidade de ração de dois produtos diferentes.

Assim sendo, é recomendável seguir sempre a guia de alimentação presente em cada uma das embalagens. Vai poder ajustar a quantidade necessária de ração consoante o animal, evitar dar mais ou menos quantidade de alimento e conseguir uma nutrição correta.

Porque se faz uma recomendação quanto ao número de refeições diárias?

Porque se faz uma recomendação quanto ao número de refeições diárias?

Em geral, recomenda-se dividir a porção diária em várias doses para que o animal divida a quantidade de alimento ao longo do dia e, deste modo, não sobrecarregue o seu aparelho digestivo ao ingerir muita quantidade de uma vez só.

No caso dos cães, recomenda-se repartir a quantidade diária em, pelo menos, 2 doses a intervalos regulares por dia, estabelecendo uma rotina de refeições à mesma hora. Dado que os cães adultos têm um grande apetite e são capazes de comer de uma só vez a quantidade diária recomendada, não é aconselhável fornecer o alimento à discrição, já que poderiam sofrer de um aumento de peso não desejado.

No caso dos gatos podemos deixar o alimento à sua disposição sempre que verificarmos que o animal sabe racioná-lo. Caso contrário, recomenda-se repartir o alimento em 2-3 doses e estabelecer um horário para as refeições.

Os problemas que causa o excesso de alimentação

A maioria dos animais não tem capacidade de autorregular a quantidade de alimento que ingere, pelo que pode chegar a comer tudo o que lhe for oferecido independentemente de estar a superar, com essa quantidade, as suas necessidades nutricionais diárias. Por conseguinte, quando não se seguem adequadamente as recomendações nutricionais indicadas na guia de alimentação, o animal pode consumir muito mais quantidade do alimento necessário e ter um problema de excesso de peso.

Os animais de estimação com excesso de peso têm uma esperança de vida menor, devido em parte aos problemas associados que costumam aparecer num animal obeso, como a diabetes mellitus, problemas articulares, problemas respiratórios, problemas cardíacos, etc.

Por este motivo, recomenda-se seguir sempre a guia de alimentação e não utilizar outro tipo de alimentos em conjunto com os alimentos completos, para não fornecer uma quantidade de alimento maior do que aquela que o animal realmente necessita.

Comida caseira?

Comida caseira.

É importante destacar que é muito complicado elaborar uma dieta completa com comida caseira com a qual se cubram todas as necessidades nutricionais do nosso animal de estimação, já que são necessários conhecimentos em nutrição animal. Não serve dar as sobras do nosso almoço ou jantar ao animal, nem fazer uma dieta de forma intuitiva sem consultar um especialista em nutrição animal. Sem estas recomendações, usar uma dieta caseira pode ocasionar carências nutricionais que podem provocar algum problema de saúde no animal.

Além disso, usar dietas caseiras requer um esforço de tempo e de trabalho que muitos proprietários não podem assumir.

É importante ter em conta que a ingestão de alguns alimentos muito comuns para as pessoas, como o chocolate (teobromina) e a cafeína são tóxicos para cães e gatos, causando vómitos, diarreia, hiperatividade, taquicardia e inclusivamente convulsões. A cebola também pode representar um risco, já que pode provocar anemia. As uvas e as passas podem causar problemas renais.

Outro tipo de alimentos caseiros como a carne crua pode ser uma fonte de infeção por contaminações microbiológicas e um risco tanto para os nossos animais de estimação como para o dono ou seus familiares devido ao seu manuseamento. Também não é recomendável dar ossos ou espinhas de peixe a cães ou gatos, pois podem danificar os dentes e provocar obstruções intestinais.

Não se recomenda igualmente dar alimentos caseiros em conjunto com a ração, já que podemos estar a sobrealimentar o animal e desta forma a provocar excesso de peso com todos os seus problemas associados. E até mesmo a provocar uma sobrecarga alimentar no nosso animal de estimação que ocasione problemas digestivos, como vómitos e diarreias.

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