Conhece os componentes nutricionais da comida do seu animal de estimação?

Componentes da alimentação de cães e gatos. Quais são as suas funções?

06 de outubro de 2020

Em cada um dos nossos sacos de ração para cães e gatos consta um quadro de componentes analíticos que é conveniente que tenha em conta na hora de adquirir qualquer destes produtos.

O que significa o quadro de componentes analíticos?

Este quadro indica a composição analítica da ração, de forma muito similar à informação nutricional que contem os rótulos de alimentos destinados à alimentação humana.

Segundo a legislação vigente, no caso de alimentos “completos” e “complementos” para cães e gatos, devem aparecer refletidos os níveis de:

  • Proteína
  • Quantidade de gordura
  • Fibra bruta
  • Materia inorgânica (minerais)

A quantidade de humidade é importante que seja identificada em alimentos, caso superior a 14%.

Este quadro indica-nos a quantidade exata em valores percentuais dos diferentes componentes nutricionais do alimento. De seguida, analisamos cada um deles:

Proteína

Proteína.

A proteína é importante para a manutenção das funções vitais e dos músculos dos nossos animais de estimação, já que é fonte de aminoácidos essenciais e de nitrogénio.

Um alimento com maior percentagem de proteína é melhor?

Uma maior quantidade de proteína não quer dizer que a ração seja melhor, do ponto de vista nutricional, já que cada tipo de alimento está desenhado para uma classe de animal ou estado fisiológico especifico.

Por exemplo, um animal adulto ou numa etapa sénior não tem a mesma necessidade de proteína que um cachorro em fase de crescimento.

A qualidade da proteína também é muito importante, já que quanto maior seja a digestibilidade da proteína, menor será a quantidade necessária para satisfazer todas as necessidades do animal.

Problemas causados por excesso de proteína

Geralmente, o equilíbrio é a chave para uma nutrição saudável, pelo que se aconselha que a alimentação seja baseada em alimentos equilibrados. Assim, dietas com excesso de proteína não são recomendáveis, já que o seu aumento pode ocasionar carências de outros nutrientes essenciais.

Além disso, há diferença entre o que sucede com as gorduras e os hidratos de carbono, sendo que o organismo não armazena o excesso de aminoácidos para o seu uso posterior. Todos os animais de estimação têm a capacidade de metabolizar o excesso de proteína. Portanto, dar um conteúdo de proteína superior ao que o nosso animal pode assimilar, supõe que este excesso se perca na urina.

Por outra parte, em animais que tenham algum tipo de patologia especifica, como doenças renais e hepáticas, um excesso de proteína pode produzir uma superabundância de amoníaco no sangre, potencialmente perigosa.

Também há certas raças, como por exemplo o dálmata que, devido a um problema genético, não metaboliza adequadamente o ácido úrico, o que ocasiona problemas de formação de cristais de urato na urina. Para esta raça, o recomendado é utilizar dietas específicas com uma quantidade de proteína reduzida.

Porém, em animais saudáveis o organismo é capaz de eliminar o excesso de proteína, principalmente através da urina.

É verdade que os gatos necessitem maior proteína que os cães?

Sim, é verdade. Os gatos têm uma capacidade limitada para adaptar o seu metabolismo aos alimentos baixos em proteína.

Os gatos necessitam uma grande quantidade de proteína, porque o seu metabolismo, baseasse no uso desta como fonte principal de energia, tem uma alta atividade das enzimas hepáticas. Além disso, os gatos têm uma escassa capacidade para reter e conservar o nitrogénio e os aminoácidos essenciais, sendo perdidos, de forma abundante, na urina.

Se a quantidade de proteína na dieta do gato é insuficiente ou de baixa qualidade, o resultado é uma perda de massa magra corporal que pode reduzir a capacidade do organismo em responder contra agentes infeciosos, especialmente em situações de stress. Por isso, existem alguns aminoácidos essenciais como a taurina, a qual não pode ser sintetizada pelo gato e tem que ser valorizada através da dieta.

Gordura

Gordura.

Quais são os benefícios e inconvenientes da gordura do alimento?

A gordura atua como fonte de energia, facilita a absorção, armazenamento e transporte de vitaminas lipossolúveis, como as A,D,E e K. Também é fonte de ácidos gordos essenciais, que mantêm a integridade funcional das membranas celulares e intervêm na coagulação sanguínea, no crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso, na manutenção da integridade da pele e pelo e na reprodução/fertilidade.

Uma quantidade excessiva de gordura na dieta leva a uma maior ingestão de energia e pode provocar obesidade no animal e ocasionar outras patologias associadas.

Fibra

Fibra.

Com respeito aos benefícios da fibra, esta atua como uma fonte fermentável de hidratos de carbono e contribui para a atividade intestinal e a uma boa qualidade de deposições.

Contribui ao controlo do açúcar e colesterol no sangue, ajuda a manutenção do peso corporal (já que o seu consumo diminui a sensação de fome e, portanto, diminui a ingestão por parte do animal).

Também é conhecido o efeito sobre a população microbiana do colon, favorecendo o seu crescimento e ajudando desta maneira a minimizar outro tipo de bactérias patogénicas no intestino.

Quais os ingredientes onde se obtém a fibra?

A fibra está presente nos cereais, vegetais, tubérculos, legumes e frutas incluídas na ração

Matéria inorgânica

Matéria inorgânica.

Também é conhecida como a “cinza bruta” e representa principalmente as quantidades de minerais do alimento. Estes são elementos inorgânicos essenciais para os processos metabólicos do organismo. Dividem-se em:

  • Macroelementos, que se encontram em quantidades apreciáveis no organismo, e incluem o cálcio, fósforo, magnésio, enxofre, sódio, potássio e cloro.
  • Microelementos ou oligoelementos, encontram-se em quantidades muito pequenas no organismo, como o zinco, manganês, selénio…

Quais são as suas funções e benefícios? As principais funções dos minerais podem classificar-se em 4 grupos:

  • Estrutural: constituindo o esqueleto, músculo e os dentes dos animais.
  • Fisiologia: como eletrólitos em distintos tecidos e fluidos.
  • Catalítica: como catalisadores enzimáticos e hormonais.
  • Reguladora: intervêm na replicação celular e na regulação do organismo.

Outras recomendações

Aprenda a alimentar o seu animal de estimação dependendo da sua etapa vital.